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terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Série Amor: Amor mais uma vez - Parte 1


Foto por Camilla Bandeira.

"Eu deveria ser o melhor que pudesse ser, mas fazer as coisas sem amor às vezes está preso aos meus ossos. Viver o amor não é nunca deixá-lo para trás? Não é ser o melhor que você consegue ser?" A história começa quando Lily, a garota que só queria fazer revolução, começou, antes de mudar o mundo, mudando ela mesma. Com uma dose de amor e dor, Lily descobrirá que há mais coisas no caminho entre nós e o amor do que supõe nossa vã filosofia. 



        Lily acordou. Ela estava sonhando com o dia que não machucaria seus pais. Então, deveria seguir os passos da amabilidade que toda a sua família a ensinou, mas não olhava mais para o céu com um telescópio, não usava mais o colar que sua mãe havia lhe dado, não era a pequena Lily de antes e tinha dificuldades de lidar com o que deixou de ser após os olhos que amassavam seus puros sentimentos de amor no dia em que sua mãe faleceu. Ainda não havia conseguido superar que na sua nova casa não tinha uma árvore para escalar, nem desenhos para pintar, e também não tinha mãe para abraçar. Queria então, no quarto continuar sonhando com o dia que não faria aquilo, mais uma vez, tentando perdoar a si mesma por não ter amado mais enquanto podia. Colocou em um box sua fuga inesperada para um pequeno apartamento que cabia apenas uma dela mesma, mas caberia uma tonelada do amor que vinha deles. Nesse box, continham algumas fotos de quando estavam os três juntos. Uma nas férias do último verão, outra quando foi melada de bolo por um colega no dia do seu aniversário de 18 anos e todos riram sem parar, até quando já havia mais bolo nas pessoas do que ainda tinha para comer. E, a última, um dia antes do acidente, mas que, acidentalmente, já estava sendo planejado pelas de escolhas Lily.

- Não posso fazer isso sem vocês. Dizia em seu coração em batidas aceleradas de choro, mas aos poucos foi vendo que ele se perdeu e foi afundando dentro de si mesma e de um gélido, frágil sentimento de perda, o qual fazia muito mal. Tipo do qual, só poderia ser curado com, mais uma vez... amor.

A recuperação estava vindo somente após o longo e aparentemente estado de reabilitação quando estava fora desses momentos que vez por outras apareciam sem dizer olá, estava sendo curada ao longo prazo de um cintilar na noite escura, com um longo e profundo arrependimento que a invadia quando chegava a noite, quando lembrava das estrelas que tentou contar com  seus pais e das noites mal dormidas, mas que acabavam sendo envolvidas pelos braços de carinho deles. Era o primeiro passo para o perdão se encher de bons sentimentos. O primeiro passo em direção à cura e o primeiro a ser seguido em direção ao amor... mais uma vez. Assim, Lily viu sua história sendo desafiada a abandonar certas memórias. Precisamos de uma certa amnésia, às vezes, para seguir em frente. E suas memórias se tornaram a auto-negação que precisava em nome da esperança  e da crença de que amor ainda lhe restava.