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terça-feira, 27 de novembro de 2012

O L'etoile antes do fim, antes da história acabar.


                       Tenho algumas coisas para explicar e dizer que "antes de tudo, eu vi". Isso vale para qualquer pessoa que já tenha visto ou lido o meu blog, mas também para alguém que nunca esteve aqui e não está entendendo nada.
 Imagino que qualquer um que não me conheça já e tenha entrado no meu blog não saiba realmente como eu sou. Para o que nunca entrou, deixe-me abreviar um pouco os fatos: Sou a Anny e a 2 anos criei o L'etoile Degas para deixar o estresse de lado. Era meu ano de pré-vestibular e eu estava com a cabeça a mil. Assim, o L'etoile veio de paraquedas e significa A Estrela. É o nome do quadro mais famoso de Edgar Degas, um dos meus pintores favoritos. Não gosto muito de pintura, na verdade, e meus pintores favoritos se resumem a dois, mas esse me chamou realmente atenção, porque ele é famoso por pintar bailarinas e por muito tempo dancei ballet. Por isso, tenho um carinho especial por bailarinas. Aliás, tenho orgulho de ainda saber fazer ponta, pliê e quase abrir escala. Mas, me pondo no lugar da minha querida Lizza, a menina que começou a ser desenvolvida aqui naquela época, me sentia como alguém desconhecida, perdida no imaginário mundo de uma personagem sem uma história escrita na ordem, com sombras do passado e nenhuma perspectiva para o futuro. Bem, assim era como eu estava a escrevendo, sem nenhuma descrição exata, sem nenhuma sinopse, mas essa era a Lizza, como um filme que você pega pela metade, e essa era mais ou menos eu. 
Todos diziam que o meu blog era como um diário, mas eu insistia em dizer que não. Claro, eu não vivi minha adolescência nos anos 90, a vivo agora, mas muitas coisas que escrevia vinham lá do fundo da minha nobre cabeça pensadora e de um coração que não estava tão feliz. Elas eram incrementadas com o sabor da minha criação fictícia. - É uma delícia escrever e eu faço isso a minha vida toda. Nunca fui chegada a colorir, muito menos a desenhar, mas escrevia bilhetes de amor para os meus pais todos os dias e criava histórias que, hoje, quando eu vejo algumas penso se fui eu mesma que escrevi. 
Esse blog foi criado no meio do ano do meu primeiro vestibular e eu realmente não sei o porquê parei de escrever nele. Tenho a desculpa feita na ponta da língua, porque foi a partir dele que a Lizza surgiu no meu peito com toda intensidade e fez o sonho da minha vida surgir, uma das obras mais bonitas que eu tenho hoje em meu coração, que é escrever. Por isso, eu digo que parei de escrever porque começou a crescer a ideia de um livro sobre a história dessa menina. Maaas, o peso da minha grande e pesada consciência me fez ver que esse não era o único motivo para eu ter parado de escrever no blog, eu tinha, e ainda luto com isso, muita preguiça. Por mais que eu ame, isso se alia a minha falta de organização. Mas, a três dias um desejo enorme tem surgido no meu coração e acabou de ser alimentado com um sonho que eu tive agora antes de vir ver se eu ainda tinha a senha do blog. Sonhei que eu o perdia! Acordei desesperada. O fato é que: Eu ainda me importo. E se eu permitir sentir a emoção de escrever com toda a raiz da garra, mesmo que lá no fundo, eu vou sentir de fato. Porque sentimentos, meus caros, são como a chuva. Sinto-me encharcada com eles. Assim como eu me entreguei a Deus, posso dedicar meu coração e fazer com que o meu corpo acompanhe suas batidas. Quando eu entrei, agora mesmo, e vi que mesmo sem postagens novas, que mesmo com a quantidade crescente de tumblers alheios (sem criticá-los, de forma alguma), pessoas lotaram meus visitantes e preencheram o que faltava para a quantidade que eu queria no último dia, quando decidi que seria mesmo o último.
Assim, meus caros, escrevendo esse texto, sei que não existe melhor forma de se expressar como em um texto redigido, com as sílabas postas lado a lado, formando palavras, depois frases, e frases com sentido. Não existe melhor forma de tocar o coração humano e não existe melhor forma para fazê-lo. Pelo menos para mim. Volto, hoje, a escrever, o que, na verdade, nunca parei. Sou do tipo que escreve no braço para não perder uma frase bem feita. Tenho a missão de juntar os meus papéiszinhos, guardá-los para mim em uma caixinha colorida, enfeitada com cor e preencher com sentimentos. Porque depois de ver, literalmente, com uma doce senhorinha simpática chamada carinhosamente de Dona Leda, o privilégio de ter descoberto essa paixão ainda cedo, além de admirar a senhora de idade que conheci, pela qual levaria todas as palavras em uma bandeja pela sua ousadia e coragem, como também por causa do seu sorriso e olhos encantadores, perfumada com cheiro de piquenique, é que digo que “tenho em mim todos os sonhos do mundo" a favor de tocar os corações das pessoas que lerão as minhas próximas postagens. Porém, agora com um sentido diferente. Sinto-me em outra fase, não mais com uma conotação depressiva, até porque nunca fui depressiva de fato, mas sempre fui dramática, aprendi, então, não a me controlar pelas minhas próprias forças, mas aprendi entregar a Deus minhas emoções que vivem à flor da pele. Não sei se hoje o nome L'etoile Degas tem a ver com o que se passa. Pretendo mudá-lo para algum nome que ainda vou descobrir. Tenho pensado em Confessorando, se não soar muito óbvio. E não que isso signifique que tratarei de minha vida diária. Aqui, o dia é ficção ou não, mas o foco nunca estará voltado para meu umbigo. As únicas coisas desvendadas dependerão do quanto você tem a capacidade de perceber os milagres de Deus que mergulhados ficam entre as metáforas do ser humano e da natureza, do senso apurado de um investigador nato em vida, pessoas e acontecimentos que eu sei que existe bem aí na sua íris. Tudo está sendo como um recomeço, o qual eu entreguei a Deus. 
Assim, pela chuva que caia do céu enquanto escrevia, assim como quando fiz meu primeiro texto e pelo sol que está saindo, assim como as primeiras frases publicadas no blog. Eu declaro: Que o jogo recomece com uma pitada de pimenta mexicana. Já tenho outros personagens maquinando em minha mente, conheci muitas pessoas esse ano que mudaram minha concepção sobre o que eu gosto e sobre o que me encanta. Porque há coisas que eu gosto e coisas que me encantam. E são nas que encantam que eu quero permanecer. Por fim, talvez a Lizza não apareça mais em postagens sobre sua história de vida, só em meu futuro livro sobre ela, quem sabe. Mas, antes do final, sem esperar o amanhã, antes da luz chegar e do amor esfriar, houve perdão comigo mesma e uma canção que, de alguma forma foi tocada diferente. Só não esperei entender, nem enxergar, porque nada, nada pode esperar a história acabar. Por fim, Antes do Final de Palavrantiga, que tem tudo a ver.
 

Att. A.C.Confessor.