Páginas

domingo, 8 de maio de 2011

Submerso em devoção

                                         "E minha devoção aumentou o meu coração..."

terça-feira, 3 de maio de 2011

Não sofra

          Se você é feliz, eu não posso falar o que me dá na cabeça, posso estragar os seus sonhos e você não conseguirá mais dormir.
      Eu prometi que sempre que você chorasse, secaria suas lágrimas, mas eu não quero ver você sofrer, seu sorriso é muito bonito.
     Ruínas não são para você, elas racham e você vai junto com elas, fica em pedaços, não consegue se recompor.
     Meus medos infantis não são suficientes para querer fazer quem eu amo pagar pelos meus pecados. Meus erros não são nada comparados à sua perfeição.
     Se eu cair, cairei com classe, minha queda será apreciada por muitos e meu querido, eu não quero ver você sofrer. Por isso não me salve por dentro, a vida não depende do que você acredita, mas do que eu estou determinada a viver.
    Gritos estão ao meu redor e mesmo podendo parar, eles são os meus amigos agora. Não quero que você sofra, querido. Você é a única coisa que eu tenho e que me faz me sentir menos pior, como você pode ver nos meus olhos, as portas estão abertas para você ir embora, fuja. Você sabe que é melhor, eu não quero ver você sofrer.
    Não me pergunte de onde eu venho, não sou movida a sentimentos, nem queira fazer chantagem emocional, não cairá uma lágrima do meu rosto obscuro. Frio e gelado, e é assim que você tem que ficar para poder não sofrer. Eu não quero ver você sofrer, querido.
    Sem sentimentos, sem coração, sem vida. Não tente me salvar, eu não tenho chance se sair dessa.

domingo, 10 de abril de 2011

No dia que eu me casei.

   O texto que coloquei aqui foi inspirado na narração final do filme Vestida Para Casar, qualquer semelhança, o que não quer dizer que seja igual, não é plágio pois eu só me inspirei, é porque eu me identifiquei com algumas coisas do filme e por isso na hora do culto, um dos momentos estranhos que já escrevi, fiz essa postagem. 


   No dia que eu me casei, tomei o meu café com calma, vi o dia lindo que estava lá fora e não me preocupei com nada, não pensei que não daria certo. Vesti o meu vestido e não precisei seguir o que alguém estaria me mandando fazer. Pela primeira vez, eu estava agindo pela minha vontade e quando estava indo, me aproximando do altar, ele estava lá, me olhando do jeito que sempre imaginei. Me senti feliz porque dentro de mim, sabia que esse dia ia chegar e eu ia me sentir amada.


   

domingo, 27 de março de 2011

   Meus pensamentos estão bloqueados, travados de modo que arruínam os meus miolos, açoitam o meu cérebro e desintegram os meus dedos...
   Em meio ao deserto, sem a água que dá juventude a minha criatividade, pedi um iluminar, pois ele estando comigo, me toma. A partir daí eu não vi nada, não ouvi nada e silenciou-se tudo na vastidão da areia. Senti o vento bater junto os grãos na minha pele, mesmo sabendo que me faltava a água, eu lutei para não ter o sentimento de incapacidade e assim não ser igual aos meus exemplos, apesar de saber que não deveria me castigar para chegar na verdade que não vi, a que estava sentindo falta do fio de luz.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Cont. de O último verão

    Como o meu pai era sempre o que fazia amizade com todos, não pude fugir da idéia de que muito cedo ou tarde seríamos amigos dos nossos novos vizinhos com isso eu não aguentava imaginar que minha mãe logo estaria fazendo lanches que não eram para nós, mas para outros.
 Quando ele chegou em casa pela tarde, depois de passar o dia fora, eu sabia que tinha acontecido
   -Logo mais teremos visitas, disse o meu pai. 
 Isso bateu no meu peito como a dor do choque de água e eu retruquei:
   -Mas por que? Não estamos tão bem do jeito que estamos, pra que trazer mais pessoas?
   -Querida, precisamos conversar sobre Elizabeth, ela não está normal, o que está acontecendo?
   Minha mãe deu uma boa encarada em mim e de olhos alfinetantes também olhou para o meu pai, achou, tenho certeza, que ele estava louco e que essa minha posição era só uma besteira:
   -Marco, não acha que nossa filha está louca, acha? Lizza, você não tem motivos para não querer visitas aqui em casa, sempre fomos muito receptivos, já deveria estar acostumada.
   Eu não me lembrava realmente de alguma vez que eu teria reclamado que teríamos visitas e ao contrário, geralmente achava bom que minhas amigas fossem à minha casa, me lembro das vezes que eu chorava quando iam embora, acho que deveria saber que o resto do meu dia iria ser tedioso.
   Minha irmã apareceu gritando com um corte no dedo, mais uma vez ela tentava ajudar minha mãe na cozinha sem ter sido solicitada. Meu pai se desesperou e procurou usar as suas habilidades em primeiros socorros, pegou a sua maleta de madeira e tirou de lá dentro algum tipo de esparadrapo, coisas que se usam quando alguém se fere. Eu não tinha conhecimento sobre essas situações, preferia não ver, sempre fugi dos hospitais e das pessoas de branco, então aquela situação fez embrulhar o meu estômago porque ao que parecia o corte tinha sido feio.
   Logo a pequena Maria estava com o sangue estancado, fiz um carinho nela e fui fazer chá, gostava de ajudar as pessoas quando se feriam, não sei muito bem o que fazer até hoje, já tentei algum curso rápido de primeiros socorros, mas a falta de tempo não me deixa fazer nada de útil, me acostumei às notícias rotineiras falando sobre maquiagem, tendências de sapatos, esmaltes... er! tenho a impressão de que me torno fútil a cada reportagem que faço para a FolhetimModa&Beleza. Assim, mesmo não sabendo se o chá sairia no ponto ideal, fiz para alegrar a minha irmã. Passamos o resto da tarde juntos, cada qual fazendo algo, minha mãe foi arrumar a casa, eu fui ajudá-la e meu pai foi pescar, acho que imaginava que a janta para os convidados seria peixe.

segunda-feira, 7 de março de 2011

       Cheiro de música. Eu ainda estava enrolando para não sair do lugar, quanto mais tempo passava ali, melhor eu ficava. Não estava acostumada a doentia paixão, a necrose entrou em minha cabeça e o que parecia preocupação se tornou um obsessivo transtorno. Parecia que a morte estava rondando a minha mente de forma que a pontiaguda faca, se demorasse mais um pouco, seria arremessada no meu juízo, matando não de cupim e traça o meu pensamento, mas de paixão remota não correspondida.
          O solstício de verão se esbanjava na paisagem do sótão da minha casa e isso me dispersou. Os meninos que soltavam pipa competiam para ver quem conseguia empinar mais alto, uma delas prendeu na árvore da minha casa e eu vi o meu pai indo ajudar o garoto, mas mais tarde no jantar ele estaria reclamando porque esses "moleques", como chamava, tomavam toda a rua e de quebra ocupavam o tempo dos outros com suas pipas. O garoto agradeceu com um sorriso e meu pai retribuiu aparentemente alegre por ajudar alguém. Ele não era desse tipo. 
        Voltei para o interior do meu quarto e ajeitei o laço do meu cabelo por pura falta do que fazer, dei uma boa olhada em mim, mas parecia que não era eu quem estava do outro lado do espelho. A penteadeira cabia em minha caixa de pensamentos, então quando estava tentando ter relações interpessoais, me lembrava o quanto a argumentativa garota não era eu, não havia espaço para ela porque nunca tinha experimentado dessa garota, uma pessoa não pode mudar de personalidade derrepente, ainda mais quando os seus laços de relacionamentos, os que intimidam, não a queiram assim. Consegui voltar a realidade e tirei o laço do cabelo, eu não podia ser tão meiga daquele jeito, sempre tinha ouvido isso e mesmo mudando a minha forma de falar, descobrindo que tinha o dom, não deixava de lado o que as pessoas pensavam de mim, que era doce e pura.
          A questão de ter essas duas qualidades pode ser boa. Na verdade, eu não me recusava a tê-las, apenas necessitava ser um pouco da menina-mulher, mesmo querendo continuar a ser a menina-menina.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

   "A felicidade é como a gota de orvalho, uma pétala de flor. Brilha tranquila, depois de leve oscila e cai como uma lágrima de amor. 
   Tristeza não tem fim, felicidade sim."
   
   "Senão, é como amar uma mulher só linda, e daí? Uma mulher tem que ter qualquer coisa além da beleza, qualquer coisa de triste, qualquer coisa que chora, qualquer coisa que sente saudade."
______________________________

   "Existe aqui uma mulher, uma bruxa, uma princesa, uma diva, que beleza! Escolha o que quiser. Mas ande logo, nem a treva a pensar muito, o meu universo ainda despreza quem não sabe o que quer."
   

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

E a culpa é de quem? - Escrito na pior parte de 2010

   Para pessoas que não sabem o que querem ser exatamente: Eis-me aqui, mas por que? Por que sou igual a elas. Newton diz que para cada ação, uma reação. No que tange a vida futura existe um dúvida, na qual de alguma forma se tem uma reação, contrária ou não ao que foi, ou não planejado e se não, levo isso como reação existente. Bem, Newton também diz que nem sempre uma ação, necessariamente, teria uma reação, ele deve ter previsto esses casos como o menos normal.
   A princípio, tenho somente uma vaga ideia do motivo de escrever isso, e essa vaga ideia me tomou inteiramente e intensamente que só tenho vivido para ela. Abdiquei de pessoas e no momento o meu único parceiro é o computador, digo, o parceiro chamado distração, por que na maioria das vezes os meus parceiros são as forças de atrito entre o mundo capitalista e socialista, são as células que estão geograficamente localizadas por todo o corpo e que me surpreendem com o tamanho da sua concentração e equilíbrio e são ainda os mais problemas exponenciais que, com certeza, gostaria que fossem ex.
   No geral, das pessoas mais normais, sou normal. No instante do ano é que me faço estranhamente estranha e a culpa não é minha.

domingo, 23 de janeiro de 2011

De volta a um ensaio de Ballet


    Passei um dia desses por um lugar que me lembrou do antigo sapateado dos meus pés. Era um salão, já caído, onde só se via o espelho, em que na frente ainda ficava a barra que apoiava minhas pernas. Meu pacote de compras  caiu no chão e eu estava rodopiando em uma pirueta sobre sapatilhas rosa ensaiando para a apresentação de final de ano com as Abelhinhas que eram tão fofas quanto os ursinhos do meu quarto de 15 anos.
          Estava refazendo tudo de novo, mas agora no meu novo quarto de casal em que a única amante era eu. Esse quarto era alaranjado e tinha um papel de parede. Fiz o que pude para que ele me lembrasse uma relíquia. Nessa mesma hora, a que olhei-me no espelho, me lembrei do parágrafo que havia passado e da sinfonia de Beethoven que senti vontade de ouvir.
         Voltei para a frente do computador e retornei para os projetos dos meus tetos solares, uma forma que encontrei para tirar um pouco o peso da consciência da minha antiga fórmula de ajudar o mundo, porém no exato momento, sou eu que deveria ter. A exclusividade dos raios de sol para secar as minhas lágrimas não servem de argumentos para a minha dor.